Sucesso: Musicais no Brasil

08/09/2014 00:29

Elis – A Musical

Há 15 anos, musical para o Brasil era sinônimo de montagens pomposas, vistas apenas nas exaltações norte- americanas da Broadway. De três anos para cá, porém, os musicais explodiram no país com mais de 50 grandes encenações nacionais financiadas por empresas que descobriram um novo nicho de lucro e público, ao investir em adaptações de peças clássicas do exterior e principalmente em histórias de ícones da MPB, como aconteceu com Tim Maia, Cazuza e Elis Regina, por exemplo.

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No meio desse frisson artístico que parece renovar a arte cênica brasileira desde o Teatro de Revista, os musicais brasileiros tiveram aumento de 30% de público nos últimos dois anos, mas os profissionais desse setor ainda esbarram em altos preços de financiamentos, além da formação recente de profissionais.

O boom comercial dos musicais modernos, que invadiu especialmente São Paulo com mais de dez produções nacionais em cartaz só em 2014, se deve principalmente à dupla de diretores teatrais Charles Möeller e Claudio Botelho. Em 1997, eles iniciaram uma parceria com o musical “As Malvadas”, que atraiu menos de cem pessoas por sessão no Teatro Delfin, no Rio de Janeiro, em uma homenagem aos filmes musicais lado B dos EUA. “A gente estava desbravando uma selva nessa época. O público era pequeno e não se interessava, os microfones eram enormes e de mão, não existia técnica ou gente com experiência em musicais no país”, diz Claudio Botelho.

De lá para cá, muita coisa mudou, principalmente após a estreia de “Cole Porter – Ele Nunca Disse que Me Amava (2000)”, que trouxe profissões novas para os musicais do país, como o chefe de palco (que organiza tudo que entra e sai de cena) e o operador de canhão de luz, que acompanha os atores individualmente em cena, além de ter inaugurado o fosso do Teatro Villa-Lobos, construído na década de 1970 no Rio para musicais, mas ocioso desde então. “Abrimos sessões matinês, que estavam extintas no teatro brasileiro, porque encontramos uma linguagem própria que o público assimilou”, diz Botelho, que vai levar aos palcos do teatro pela primeira vez o ator Renato Aragão, 80, com o musical “Os Saltimbancos Trapalhões”, que tem estreia prevista para este mês, no Rio de Janeiro, em uma linguagem inovadora.

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