Sou um grande fã da estética do industrialismo. Sou capaz de admirar a complexidade de qualquer fábrica ou usina durante horas, encantado pela beleza escondida da engenharia, tecnologia e ciência aplicada. Já visitei dezenas de instalações industriais, e não importa que seja nova, em operação ou abandonada, seja estação geradora ou uma cervejaria – eu sempre aproveito cada momento lá dentro.
Inicialmente visitei a agora deserta e decadente Usina de Kelenföld (em Budapeste, na Hungria) em 2007, dois anos após ela ser desativada. E, alguns dias atrás, graças ao historiados Balázs Maczsóe sua iniciativa de exploração urbana chamada Miénk A Ház, consegui entrar novamente na grande instalação.
Quando a Usina de Kelenföld começou a gerar eletricidade em 1914, ela era uma das mais avançadas dos seus tempos – e foi modernizada e expandida diversas vezes desde então para servir às demandas de energia de distritos próximos conforma eles cresciam.
A área ultrapassada da usina, que é mostrada abaixo, não está completamente abandonada já que é propriedade privada atualmente. Mas suas duas principais atrações – a lendária sala de controle e a antiga causa de transformadores – estão fechadas ao público, apesar de serem consideradas marcos do design industrial do começo do século XX. Só é possível visitar durante alguns raros tours guiados organizados por ONGs em alguns poucos momentos do ano.
Os prédios, projetados e construídos por Kálmán Reichl e Virgil Borbíró (Bierbauer) entre 1927 e 1929, são protegidos por lei, o que significa que eles nunca serão demolidos. Infelizmente, neste caso isso significa que eles não são tocados de maneira alguma, nem para manutenção básica, então a condição deles claramente piorou nos últimos anos. Apenas empresas de produção de beneficiam deste tipo de decadência perpétua: diversas cenas apocalípticas de filmes e vídeos musicais foram filmados em Kelenföld.
A grandiosidade de edifícios industriais como este refletem o otimismo do começo do século XX – e até mesmo um pouco do século XXI. Hoje, maquinas brutalmente belas, corredores assustadores e câmaras silenciosas parecem ecoar o barulho da agora silenciosa casa da era Bauhaus. Do estupendo teto de vidro Art Deco até a sala de controle, com os switches, controles e válvulas. Estes espaços formam um templo da eletricidade, refletindo uma visão que parece ter saído de um mundo fantasioso de Jules Verne.
Fotos por Attila Nagy/Gizmodo